15 de mai. de 2009

Cenas da metrópole

Anoitecia. Na avenida movimentada, pessoas encasacadas circulavam em direções opostas. Tempo fechado, a garoa ameaçava cair. O termômetro no canteiro central marcava 13º. A pressa de todos já não era tanta. É sexta-feira. Para muitos, encerrou-se o último dia de trabalho da semana.

Encostado em um muro, um homem toca "Yesterday" no saxofone. O som transforma a metrópole por alguns instantes em uma cidade europeia. Frio, gente bem vestida, música boa. Pena que ao atravessar a rua já não se pode mais ouvir.

Outra cena salta aos olhos. Um idoso cai no meio da calçada. A muleta fica longe de seu alcance. Magro, negro, de casaco cinza, mãos e pés marcados pelo tempo. Começa a tremer. Está bêbado? Sofrendo um ataque epilético? Ou é um golpe para assaltar? As hipóteses são levantadas pelos que passam, olham e seguem seu caminho.

Uma mulher grita repetidamente "Moço, ajuda ele", para os pedestres. Medo e indiferença fazem seus apelos não serem ouvidos. O homem ficou para trás. São Paulo não para.

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