7 de nov. de 2010

Poesia

Poderia escrever palavras ásperas
Frases atravessadas
Onde pudesses ver e refletir sobre o presente
Mas ama demais para ferir

A acidez das letras misturadas,
Sejam escritas ou pronunciadas,
Só abririam cortes semicicatrizados
E fariam novas marcas

Então opta pela paciência
A machucar por não ter o que quer
Dando passos desencontrados,
Desengonçados,
Vai caminhando, enquanto espera

As trincheiras se fecham cada vez mais
O caminho para a união vai ficando restrito
A alternativa que resta
É manterem-se amigos

Chegou a ter um "puxadinho" em seu coração
Hoje foi transferido ao porão
Guardado num baú de boas lembranças
Que pode ser aberto, em algum momento,
Quando se precisar de novas esperanças

E tão perto, tão longe,
Raramente se veem, não se tocam
Fica o olhar do cão para o frango de padaria
Da doméstica para a vitrine da joalheria

O lutador sai do ringue
Perdeu o round, mas não a luta
Olha para as mãos, ensanguentadas,
Por tanto empenho em aparente vã disputa

Não desiste
Cuida da semente que plantou
Regando-a, com todo o carinho,
Desde o dia que a encontrou

A plantinha está bonita
Porém impedida de crescer
Embora não colha os frutos
Jamais vai deixa-la morrer

Pela bifurcação seguem
Na vida desenfreada
Tentando encontrar um retorno
Que os una na mesma estrada

4 comentários:

Jonathan Pereira disse...

Há tempos não escrevo poesia. Voltei hoje a me arriscar nesse terreno.

Analusb disse...

Adorei a poesia...bom para refletir! bjos

Marcelo Damasceno disse...

São detalhes da vida, escritos em versos, mas nem sempre entendido, mas sempre sentidos muitos corações.

Tô Ligado disse...

Demorou mas voltou. Bem vindo novamente