Poderia escrever palavras ásperas
Frases atravessadas
Onde pudesses ver e refletir sobre o presente
Mas ama demais para ferir
A acidez das letras misturadas,
Sejam escritas ou pronunciadas,
Só abririam cortes semicicatrizados
E fariam novas marcas
Então opta pela paciência
A machucar por não ter o que quer
Dando passos desencontrados,
Desengonçados,
Vai caminhando, enquanto espera
As trincheiras se fecham cada vez mais
O caminho para a união vai ficando restrito
A alternativa que resta
É manterem-se amigos
Chegou a ter um "puxadinho" em seu coração
Hoje foi transferido ao porão
Guardado num baú de boas lembranças
Que pode ser aberto, em algum momento,
Quando se precisar de novas esperanças
E tão perto, tão longe,
Raramente se veem, não se tocam
Fica o olhar do cão para o frango de padaria
Da doméstica para a vitrine da joalheria
O lutador sai do ringue
Perdeu o round, mas não a luta
Olha para as mãos, ensanguentadas,
Por tanto empenho em aparente vã disputa
Não desiste
Cuida da semente que plantou
Regando-a, com todo o carinho,
Desde o dia que a encontrou
A plantinha está bonita
Porém impedida de crescer
Embora não colha os frutos
Jamais vai deixa-la morrer
Pela bifurcação seguem
Na vida desenfreada
Tentando encontrar um retorno
Que os una na mesma estrada
4 comentários:
Há tempos não escrevo poesia. Voltei hoje a me arriscar nesse terreno.
Adorei a poesia...bom para refletir! bjos
São detalhes da vida, escritos em versos, mas nem sempre entendido, mas sempre sentidos muitos corações.
Demorou mas voltou. Bem vindo novamente
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