25 de mai. de 2009

Povo marcado, povo feliz

Histórias de vida construídas sobre o chão de terra. Paredes de madeira, frágeis, às vezes úmidas. Crianças correm sem camisa com os irmãos. A lâmpada mal encaixada no bocal ilumina o cômodo. Ler é luxo. Cinema? Há anos não vão. A TV resolve. Distrai.

Pegar no pesado é normal. Jovens empurram carrinhos de mão, carregam sacos nas costas, sabem resolver qualquer problema elétrico ou de construção. O que não tem em estudo, compensam em disposição para o trabalho e, na maioria das vezes, no caráter, na honestidade. São pobres, mas não seguem o caminho mais fácil. Não roubam. Preferem pedir, mesmo que seja para o vizinho cuja situação não é tão melhor. Se ajudam. Vivem.

O clima, apesar das dificuldades, é de harmonia. Jogam sinuca, tomam cerveja, fazem um churrasco para reunir os amigos. As vielas não são problema. Os convidados sabem muito bem chegar ali.

As roupas de marca são valorizadas. Usar um tênis caro ou uma camisa conhecida dá status. Gostam de se arrumar. Também há vaidade ali.

As crianças crescem, se envolvem, aumentam a família. Um cantinho é construído do lado ou em cima do barraco dos pais. O tempo vai passando e as oportunidades são poucas para sair dali. Acabam ensinando a todos, sem perceber, uma grande lição. Conseguem ser felizes, apesar das dificuldades.

3 comentários:

CAFÉ COM PÃO! disse...

muito bom esse pensamento!!
vou te seguir cara
abraços

Tô Ligado disse...

Acho que te dei sorte...relapso

Déia disse...

Muuuito bom mesmo! Eu tb percebo isso, as pessoas simples conseguem apesar de tudo uma forma de diversão. A classe alta, como tem grana, manda buscar seus prazeres, coitadinha da classe média!
Bjs e parabens pelo blog!